Celulares Proibidos nas Escolas: Como a Nova Lei em SP Pode Transformar o Ambiente Escolar
No último mês, a Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) deu um passo importante ao aprovar um projeto de lei que proíbe o uso de celulares e outros dispositivos eletrônicos em escolas públicas e privadas do estado. Esta proposta, liderada pela deputada estadual Marina Helou e coassinada por outros 42 parlamentares, tem como objetivo transformar a dinâmica dentro das salas de aula, buscando melhorar o foco e a interação social dos estudantes.
Proibição Abrangente, Mas com Exceções
De acordo com o projeto, os estudantes que levarem celulares para a escola deverão mantê-los guardados e inacessíveis durante o período de aula — e isso inclui os intervalos e atividades extracurriculares. Ou seja, o uso de dispositivos com acesso à internet, como celulares, tablets e até relógios inteligentes, estará banido durante todo o expediente escolar. Contudo, há duas exceções: o uso de tecnologia será permitido quando for comprovada necessidade pedagógica ou para alunos com deficiência que dependam de apoio tecnológico específico.
Por Que a Proibição?
Estudos recentes e observações em sala de aula vêm apontando que a presença de dispositivos eletrônicos afeta o desempenho escolar e reduz a concentração dos estudantes. Além disso, o uso constante de celulares pode prejudicar a interação entre os alunos, um ponto que os parlamentares destacaram como preocupante. A expectativa é que, sem a presença desses dispositivos, os alunos possam se concentrar mais nas aulas e participar melhor das atividades coletivas.
Desafios e Incertezas
Ainda que a proposta tenha sido aprovada, há questões em aberto. Por exemplo, onde exatamente os alunos deverão guardar seus dispositivos? Caberá às escolas definir se serão necessários armários ou outros meios de armazenamento seguro. Outro ponto importante é a fiscalização: o projeto não estabelece como as escolas serão supervisionadas para garantir o cumprimento da lei.
Outro desafio é o custo da implementação. Segundo o texto, os recursos financeiros para adaptar as escolas e garantir o cumprimento da lei virão da Secretaria Estadual de Educação. No entanto, ainda não há uma previsão detalhada de como esses recursos serão utilizados, ou se serão disponibilizados.
Impactos Esperados
A restrição de celulares nas escolas promete alterar significativamente a rotina dos alunos e professores. Para os educadores, a ausência de distrações digitais pode facilitar a condução das aulas e melhorar o rendimento das atividades em grupo. Para os alunos, a medida incentiva a comunicação presencial e a interação direta entre colegas, o que pode fortalecer vínculos e contribuir para um ambiente mais colaborativo.
O Futuro da Lei
O governador Tarcísio de Freitas tem 15 dias úteis para decidir se sancionará a proposta. Caso aprovada, a lei entra em vigor em 30 dias após sua publicação.
Esta lei, caso sancionada, pode vir a ser um marco no sistema educacional, trazendo questionamentos sobre o papel da tecnologia na educação e a importância do foco e da socialização em ambientes de aprendizagem. É um tema que promete seguir gerando debates entre pais, professores e alunos.